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Gente que Fez - Coluna Hassib Abdul Nour



Gente que Fez
Pioneirismo na Citricultura Comercial
José Próspero Neto (in memoriam)

Inovador. É assim que deve ser retratado o Itapolitano José Próspero Neto. Casado com a Sra. Neide Conchetta Cucolicchio, natural de Taquaritinga, tiveram três filhos: Josnei (médico veterinário), Jhosnaldo e Jansey (ambos agrônomos) os quais herdaram do pai a paixão pela agricultura.
Nos idos de 1956,  o Sr.  José Próspero Neto  iniciou o plantio da laranja em uma área de 10 alqueires arrendada da fazenda Barrinha de propriedade do Sr. Valentim Romanini, formando ali, 5 mil mudas de laranja, usando como porta enxerto o limão cravo.
No início dos anos 60, o Sr. José passou a vender a produção para o mercado do Rio de Janeiro, levando a laranja de Itápolis ao gosto do carioca, que a elogiava por ser grande, doce e bonita.
Com o impulso da indústria citrícola na região, passou a vender toda a produção para a indústria, e aos poucos foi aumentando-a e incentivando mais agricultores a investir na atividade.
Além de incentivar a citricultura, via as novas tecnologias da época a solução para os problemas da citricultura. Desde o início, mantinha na propriedade além do viveiro de mudas, gado confinado para a produção de adubo orgânico, o qual era misturado com o adubo químico e usado no plantio das novas mudas, nunca sem fazer a análise e correção do solo com a aplicação de calcário.
Reconhecido como pioneiro pela indústria extratora, foi homenageado em Itápolis com uma placa de prata atestando o fato em 1983. Professor primário por trinta e um anos, conservou e estimulou a paixão pela citricultura ensinando seus alunos a enxertar laranja no próprio grupo escolar do distrito do Monjolinho.
Entre as altas e baixas da laranja, sempre acreditou na qualidade como diferencial competitivo. Entre suas realizações estão: a indústria e comércio de formicidas Próspero (Granulado Rosinha) em 1962 e o Comércio de Frutas. Pelo seu pioneirismo na citricultura comercial, homenageamos o Itapolitaníssimo José Próspero Neto como gente que fez.



Fotografia do Sr. José Próspero Neto







Placa de prata em reconhecimento pelo seu pioneirismo pela indústria de suco.








 Frei Paulo Luig: Devoção e Dinamismo em Itápolis!

Frei Paulo Luig, nasceu em Festfalia, Alemanha, em 1885. Ingressou no Seminário dos Franciscanos, na Holanda, onde recebeu o hábito em 07 de fevereiro de 1904 e em 1906 veio para o Brasil.
Era um homem alto, forte, barriga saliente, que nem mesmo a batina conseguia esconder. Pele muito clara, olhos de um azul profundo, arrastando um pouco nosso idioma. Era alegre, e ao mesmo tempo reservado, não admitindo mentiras nem brincadeiras de mau gosto. Respeitava todos e gostava de ser respeitado. A vocação sacerdotal que o fez chegar perto de Deus nasceu com ele e seu coração era feito de humildade. Tinha pelas crianças um amor especial e não admitia que chamassem alguém de "velho". dizia que velho era trapo, e trapo a gente se desfaz ...
No dia 21 de fevereiro de 1.904 entrou no noviciado e no ano seguinte fez a profissão de fé. Depois continuou os estudos de filosofia e teologia nos conventos de Blumenau e Petrópolis. Em 20 de dezembro de 1910, recebeu a ordem do sacerdócio. Trabalhou muitos anos como professor no Colégio Santo Antônio, Petrópolis, e em 1918 foi transferido para a Paróquia de São José, Santa Catarina, como Vigário. Em 1920 foi noemado Vigário de Santo Antonio do Pari.
Em 18 anos levantou o maior templo de São Paulo, a Igreja de Santo Antonio.
Construiu o Convento e o Grupo Escolar para 2.500 crianças. Ergueu na praça pública a estátua de Santo Antonio de Pádua. Foi transferido para a Paróquia da Boa Vista, de São José do Rio Preto, onde levantou a mais bela igreja da Diocese, o Santuário de Nossa Senhora Aparecida. No mesmo templo fundou a Casa de Santo Antonio para as crianças pobres e creches. Depois de dez anos de Vigário os seus superiores mandaram-no para Santa Catarina, como diretor de diversos conventos de irmãos.
 No dia 22 de agosto de 1940, chega a Itápolis o primeiro frade da Ordem Franciscana, Frei Maximiliano Kanfold. Em 05 de setembro de 1943 foi inaugurado em nossa cidade o Convento Franciscano. Frei Paulo Luig foi o sexto frade a chegar aqui.
 Chegou em Itápolis em 1952, contribuindo muito para o engrandecimento da cidade.
 Em 14 de dezembro de 1.955 com sua benção, foi inaugurado o novo prédio do Grupo Escolar do Monjolinho, e em 27 de fevereiro de 1956, assumiu a função de Vigário,substituindo Frei Edwihno Engelmeier.
Concluiu as obras da Igreja Matriz que há mais de 50 anos havia sido iniciada pelo Padre Salvador Tarallo e construiu 4 novas igrejas na cidade: Nossa Senhora Aparecida, na Vila Santos; Santo Antonio, no Bairro da Vila Nova; Nossa Senhora do Carmo, no Cemitério e Sagrado Coração de Jesus, no Lar São José.
Pela sua simplicidade, bondade e honradez, tornou-se uma figura popular e de grande respeito.
Ainda em 1956 substitui o piso velho da Matriz pedrense por um novo de cerâmica
Em 1957 adquire para o coro da Matriz o órgão da Matriz de Araraquara.
Em 1960 é inaugurada a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, construída por ele, ao lado da necrópole municipal. E é comemorado o jubileu de ouro sacerdotal de Frei Paulo Luig O.F.M., em Itápolis.
Em 1961, com sua benção, inaugura-se a Capela do Sagrado Coração de. Jesus, construída no terreno do Lar São José.
Frei Paulo construiu a Igreja de Santo Antonio de Pádua, no bairro do Santo Antonio e a de Nossa Senhora Aparecida.

A primeira sexta-feira do mês, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, às quatro horas da manhã, Frei Paulo soltava um rojão e tocava o sino da Matriz a fim de acordar o povo. Fazia questão que a igreja ficasse repleta de fiéis.
Era devoto de Nossa Senhora do Carmo, protetora das Almas, e do Sagrado Coração de Jesus.
Seu lema era “Sagrado Coração de Jesus eu confio em Vós!”
Frei Paulo tinha pressa ... Pressa de construir, pressa de contribuir para o bem estar social. O andar apressado acompanhado das inseparáveis sandálias franciscanas, a batina marrom de casimira inglesa, o cordão rústico cingindo a cintura, o capuz balançando pela pressa, lá ia ele a distribuir sorrisos, abanando a mão por onde quer que fosse. Trazia sempre consigo santinhos guardados nos bolsos internos do hábito para dar às crianças que encontrasse no seu caminhar.

Em 1962, no dia 11 de fevereiro, deixa as funções de vigário da nossa paróquia, e retoma a São Paulo para assumir o cargo de Diretor do Apostolado da Oração da Paróquia de Santo Antonio do Pari, onde veio falecer tempos depois.

Nem ele esqueceu Itápolis e nem Itápolis esqueceu o incansável Frei Paulo Luig, eternizado em uma das principais ruas de nossa cidade e em nossos corações.



 
Fonte: HAUERS, Nancy in Nossa Terra, Nossas Raizes e site www.comerciodeitapolis.com

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Antonio Amoroso: Espírito pioneiro e empreendedor.


Nasceu em Itápolis no dia 08 de setembro de 1.924, filho de Alfredo Amoroso e Maria Storino Amoroso, naturais de Mongrasano, Itália.
Casou-se com Olga Muniz e tiveram onze filhos - Alfredo, Everaldo, Rosângela Maria, Vera Cristina, Manoel Antonio, Maria Celina, Ivana Maria, José Eduardo, Antonio Luís, Maria Angélica, Maria Edwirges.
Antonio Amoroso, Toninho, como era carinhosamente tratado, desde menino, ajudava os pais que emigraram para o Brasil, estabelecendo-se no prédio da Rua Barão do Rio Branco n° 555, onde funciona até hoje a Funerária e fábrica de Móveis Amoroso; antiga Rua 13 de junho, onde circulou o primeiro número do semanário "O Progresso". 
 Sendo um jovem irrequieto e curioso, tornou-se marceneiro, mecânico e eletricista. Herdando de seus pais o "Espírito da Península", precisava estar sempre fazendo algo, inventando, mexendo, surgindo daí várias obras, como por exemplo, máquinas de marcenaria totalmente confeccionadas por ele, como a lixadeira, a serra de tora horizontal e vertical, máquina de fazer blocos para construção, furadeira de mesa, máquina de lavar roupas, betoneira, ventilação e bastidores do extinto Cine Ideal dos Padres, carretilhas de redução para carregar toras em caminhão, carreta articulada para caminhão de tora (tudo isto confeccionado em madeira).
Também fez a transferência do altar Mor da Matriz local do seu lugar original, para alguns metros para a frente na Nave Central, confecção de batentes e assentamento das portas laterais da matriz local, pois eram assentadas dobradiças porteiras diretamente na parede e estavam sempre caindo e a pedido de Frei Paulo Luig sanou este problema, confecção do Mezanino e balcão totalmente esculturado em madeira (antes era alvenaria, muito perto do forro, não cabendo o órgão que o Frei Paulo Luig trouxera de Araraquara), projeto e execução do móvel que circunda o Órgão da Matriz construção das escadas de madeira da torre ao órgão e do órgão ao campanário, onde está o relógio da Matriz local (antes as escadas eram de alvenaria, destruídas, porque caíram os pesos do relógio), confecção das portas das torres da Matriz local, fabricação dos bancos das Igrejas dos bairros do Macuco, Monjolinho, Tapinas; Fabricação do Altar Mor e Altares laterais de Tapinas, confecção do Altar Mor da Igreja do Lar São José. Balcão com porta para a entrada da nova da capela do cemitério local, bem como a mesa de madeira para depositar esquife (na ocorrência de cerimônia fúnebre) e o assentamento das tres estatuas e manutenção das mesmas, que se encontram sobre a Igreja da necrópole.
       E ainda fabricou móveis para o refeitório do Abrigo Rainha da Paz local; fabricação de todas as mesas de todas as capelas (exceto o da Matriz local), para a celebração de missas (época em que os padres passaram a rezar as missas de frente  para os fieis e não mais de costas e em latim) 
No decorrer de todos esses anos de trabalho, sempre ajudando e trabalhando na oficina junto aos seus irmãos Paulino Geraldo Luizinho, formou-se em Técnico de Contabilidade pela Escola Técnica de Contabilidade de Taquaritinga, em 1949.
Depois da aquisição do Serviço Funerário, adquirido pelo seu pai, tornou-se Agente Funerário, junto aos irmãos, e em dado momento, ficaram  ele, sua esposa e sua mãe, já viúva, sendo que seus irmãos se formaram e constituíram família, partindo para outros ramos
E hoje, seus netos Antonio, Rafaela e Aline trilham o caminho das ciencias jurídicas.
Antonio ficou com a Marcenaria e com a Funerária.
Mesmo doente, continuou trabalhando, construindo, inventando, até o dia de  sua morte, em 04 de janeiro de 1982, prematuramente, aos 58 anos.
Foi bom pai, bom filho, alegre, de bom coração,e fez muita caridade em silêncio.
A ele a justissima homenagem de O SOL e da população itapolitana, que com muito orgulho trará para sempre na memória a figura gentil de Sr. Antonio Amoroso!




Fonte: HAUERS, Nancy in Nossa Terra, Nossas Raizes.










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Octávio Guardia: O Marceneiro que fazia música.

  Pedro Guardia e Helena Lollis, vindos de terras estrangeiras, aportaram por aqui e deram à nossa terra seis filhas mulheres, as quais chamaram Marilta, Gema, Aurélia, Angelina, Josephina, Teresa, e dois homens com nomes de   santos: Antônio e João e ao outro o nome de Octávio.
    Nos idos de 1925, oito dias após a Páscoa, com a Lua já minguante, nasceu Octávio, que viria a ser registrado, mais tarde, em 05 de junho. O atraso no registro não interferiu em nada no destino desse homem. A luta dos tempos antigos era árdua e voraz e as dificuldades permearam, por muito tempo, a vida dessa família. Porém nada os abatiam.
      Em 20 de abril de 1950, Octávio se casou com Aparecida do Carmo, com quem teve seis filhos, que são: Marlene, Pedro, Octávio, Ângela, Léo e Clodoaldo. Dona Aparecida havia nascido nos rincões do Tijuco Preto, filha de portugueses e batizada, na singela e pequenina igreja de Nova América, por Padre Borges. Aprendeu a ler e a escrever com seu pai. Suas irmãs não tiveram a mesma sorte.
   Relatou-nos que Octávio saiu da zona rural com 18 anos em 1943 e aprendeu com Cezarino Camurra, no alto da Avenida Campos Salles, o ofício de marceneiro, o qual exerceu com grande capacidade com gosto apurado. Seu talento para a música surgiu na lida com as madeiras. Tornou-se um luthier (pessoa que fabrica e conserta instrumentos musicais). Daí para o palco foi apenas um passo. Foi o primeiro parceiro de José Fortuna. Fundou uma dupla de nome Loiro e Moreno. No teatro, associou-se a Maria Men que, para o sustento das famílias, cantavam e representavam nos palcos de Itápolis.
      Tivemos a oportunidade de ver e fotografar instrumentos musicais feitos por esse itapolitano talentoso. Violas, violões, cavaquinhos eram matérias fáceis de fazer em suas mãos. Entretanto, as dificuldades eram muitas. Havia falta de provisões.
 Aventurava-se pelas estradas do Estado do Paraná buscando prover os seus, atravessando rios em galhos de árvores com suas sacolas de presentes para os filhos e esposa.
      Mesmo tendo uma vida sofrida, sempre houve honra nessa família. O respeito e a ajuda mútua se faziam presentes todos os dias. Quando chegava com os sapatos plásticos para Pedro, que esquentavam nos pés quando calçados, o reconhecimento do filho pelo empenho do pai era de gratidão. Comida nunca faltou naquela casa. Perguntamos a você que agora lê: “Qual o melhor presente de Natal que um pai pode dar a seu filho?” Certamente será esse narrado a seguir.
    Em um dos Natais, a situação era crítica; havia o que pôr no estômago e nada mais. As crianças eram pequenas e todas esperavam alguma coisa nessa data. Seu Octávio nada possuía. Seguiu para uma venda e comprou fiado um único presente, pois tinha crédito, apesar de não ter dinheiro. Ao chegar em casa, em meio a tantos filhos, todos se perguntavam quem seria o agraciado. Surpreendentemente, ele respondeu: “Esse brinquedo é para aquele menino, que mora aqui perto, brinca com vocês e não tem pai.”
  Seu Octávio tinha um cabelo bonito e nas apresentações que fazia, Dona Aparecida o preparava com glostória, um preparado oleoso e amarelo, perfumado, que fazia os cabelos “voltar em ondas”. Esse instante da narrativa de Dona Cida nos emocionou. O amor é muito real e brilhante dentro dessa família.
   “Eu nunca tive ciúmes! Nós sempre honramos um ao outro.” E nós, colhedores da história, ao vermos fotos e velhos recortes, soubemos da contribuição desse casal a Itápolis. Contribuição no mobiliário, na cultura, na arte, na música e, sobretudo, no amor e no respeito.
   “Completamos 60 anos de casamento e em 19 de outubro de 2010 ele nos deixou.” No dia 20 de outubro de 2010, dia do aniversário da cidade, Itápolis recebeu seu filho de volta.
   Quantas pessoas foram atendidas pela excelente comerciária chamada Léo Guardia?
   Quantas casas e estruturas de madeira foram montadas por Pedro Guardia?
   Quantos não ouviram a radialista Ângela Guardia?
  Quantas crianças e doentes foram cuidados pela enfermeira Marlene Guardia?
  Quantas peças de tecido, que serviram para vestimentas, não foram transportadas por Clodoaldo Guardia?
   Quantas revistas, jornais e cópias de xerox chegaram a nós por Octávio Tato Guardia?
   Senhor Octávio (in memoriam) e Senhora Aparecida: Vocês fizeram e ainda fazem muito por Itápolis. 



















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 Odilon Negrão 

     (foto cortesia album ilustrado 1948 - site www.comerciodeitapolis.com.br)


Natural de Bariri, nascido em 4 de março de 1897, filho de Joaquim Alves Negrão e Maria do Espírito Santo Negrão. Foi redator do jornal “O Popular”, de Bariri, serventuário interino do 1º Ofício em Bariri, e, em 1910, veio para Itápolis. 

     Em Itápolis, foi chefe do Partido Republicano Popular, instituição política que fundou e sempre presidiu, tornando-se o porta-voz dos desejos coletivos junto aos poderes públicos do Estado e do País.

      Casou-se com Maria Sudário Silveira Negrão, tendo dois filhos dessa união – Odilon e Rubens.
      
      Esteve desde julho de 1922 à frente do Cartório do Júri e Registro de Títulos e Anexos, no Fórum Itapolitano. Foi secretário da Mesa Administrativa da Santa Casa, desde sua fundação.

       As obras da Matriz, de cuja comissão foi membro – muito devem ao seu esforço e interesse. Transformou em realidade o sonho da criação da Escola Normal de Itápolis. 

        Foi presidente do diretório local do Partido  Constitucionalista, alcançando grande vitória nas urnas para a bandeira que defendia.

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                                                       Valentim Gentil
 
                
(foto cortesia album ilustrado 1948 - site www.comerciodeitapolis.com.br)

       Valentim Salvador Gentil, nasceu em Itápolis no dia 14 de fevereiro de 1900. Filho de Raphael Gentil e de Maria Antonia Gentil. Fez primário nas Escolas Reunidas de Itápolis, o secundário no Colégio Arquidiocesano e Nª Srª do Carmo,na capital.
       Valentim sempre viveu na cidade, afastando-se apenas para cursar Humanidades e Direito e depois para exercer o cargo de delegado da polícia do Estado nos municípios de Bom Sucesso e Barra Bonita, demitindo-se neste último para se dedicar à política e a advocacia nesta Comarca. Ele nasceu no tempo em que Itápolis se chamava Boa Vista das Pedras, na Rua XV de Novembro nº. 046.
       Bacharelou-se em 1920 pela Faculdade de Direito de São Paulo.
       Em 25 de abril de 1921, sob sua presidência, fundou o Oeste Futebol Clube de Itápolis.
       Bom advogado e bom político, a sua diretriz foi a melhor possível. Vereador à Câmara local, procurou trabalhar em proveito dos interesses de sua terra natal, apresentando projetos, levantando idéias. Quando viu que não estava tendo apoio, renunciou, entregando-se exclusivamente a sua profissão (1928).
       Valentim Gentil apoiou a idéia de se fundar o Partido Republicano Popular, em agosto de 1928, tornando-se um dos maiores propagandistas do partido. Juntamente com Odilon Negrão, o orientador e chefe do movimento que culminou na vitória brilhante do Partido Popular que conseguiu eleger todos os Juízes de Paz do Município e 7 dos 8 vereadores da Câmara Municipal, o Candidato à Câmara Estadual.
       Em 1929, assumiu o mandato de deputado estadual, representando o 9º distrito pelo Partido Republicano Paulista, integrando a comissão de Instrução Pública até outubro de 1931. 
       Foi diretor provisório e professor da Escola Normal de Itápolis. 
     Tomou parte no Movimento Revolucionário de 1932, para defender a constitucionalização do Brasil. 
Foi paraninfo da primeira turma de professores da Escola Normal Livre de Itápolis, em 1933. 
       Em 1934 participou da campanha eleitoral da Chapa Única. Em 1935, 16 de janeiro, foi Prefeito Municipal de Itápolis, substituindo a Eugênio de Paula Bueno Brandão. 
       Em 1935, eleito deputado estadual, fez parte da Comissão de Estatística e de Justiça, tendo sido escolhido vice-líder da maioria. No ano seguinte foi nomeado Secretário da Agricultura, no governo do Dr. Armando Salles de Oliveira. Com o golpe de Estado de 1937, renunciou. 
       Foi o primeiro presidente da 23ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, em Itápolis. 
      Em 1947, eleito deputado, foi Presidente da Assembléia Legislativa do Estado.
       Em 24 de junho de 1948, quando tudo levava a crer que sairia candidatos às eleições de Governador do Estado de São Paulo, faleceu em conseqüência de uma intervenção cirúrgica no coração. 
       Era advogado do Banespa e membro do Instituto dos Advogados de São Paulo.  
       Valentim Salvador Gentil recebeu a Comenda da Ordem da Coroa, conferida pelo Rei da Itália, Vitório Manoel III, e a Comenda da Ordem d’Orange, da Holanda. 
       Foi casado com Rita d’Andrea e deixou os filhos – Raphael, Maria Antonia, Rosária, Terezinha, Maria de Lurdes, Valentim Gentil Filho.